Texto 1Co. 8.1-13;
10.14-33; 11.1.
INTRODUÇÃO
Até onde vai a liberdade do
Cristão? A bíblia diz que foi para liberdade que Cristo nos libertou. Então em
Cristo somos livres. Não estamos mais debaixo de maldição ou da maldição da
Lei. Somo livres! Essa liberdade em Cristo é uma conquista muito grande e
devemos aproveitar ao máximo tudo o que Cristo no outorgou. Contudo essa
liberdade não deve ser de maneira desregrada ou sem observar alguns princípios
estabelecidos pela palavra de Deus.
Sabemos que mesmo tendo liberdade
em Cristo existem alguns preceitos morais que devemos obedecer. Por exemplo, o
adultério em qualquer lugar para o cristão é algo imoral, portanto não temos a
liberdade de praticá-lo, bem como a mentira, o roubo, etc. O amor ao próximo é
algo moral e devemos fazê-lo. Mas existem questões que são amorais, ou seja,
não faz bem nem mal, por exemplo: ir à feira no domingo.
Diante disso é que o cristão às
vezes se encontra numa “encruzilhada” não sabendo discernir bem sobre algumas
questões diárias. E ficam perguntando: é certo? É errado? Podemos fazer? Não
podemos fazer? Devemos fazer? Não devemos fazer? Podemos citar alguns exemplos
atuais de nossa era: o cristão pode envolver em questões políticas? Como fica o
lazer na vida cristã? Podemos ir à praia, praças, festas, encontros, torcer por
times de futebol, assistir televisão? Podemos comer algumas coisas em
determinadas épocas? Podemos beber vinho? Podemos vestir roupas da moda?
São questões que estão em nosso
dia-a-dia e muitas vezes somos surpreendidos sobre o que é certo e o que é
errado nessas coisas. Então ficamos sem respostas.
Contundo há alguns que não se
importam com essas coisas e praticam com toda liberalidade. Há outros com mais
receios de pecar e evitam algumas ou todas essas coisas. Mas a questão é quem
está certo e quem está errado? É certo ou não praticar? Foi exatamente o que
aconteceu na igreja de Corinto. Ficam claro que não são as mesmas questões,
eles não estavam preocupados se podiam ou não se envolver nessas questões que
mostrei acima. Mas havia outras de sua época.
Portanto vamos analisar como o
apóstolo Paulo lidou e nos ensinou sobre tais QUESTÕES.
I – CARNES SACRIFICADAS AOS ÍDOLOS
Na cidade de
Corinto havia a prática da idolatria, culto aos ídolos. No templo eram
sacrificadas carnes de animais aos deuses. Uma parte desta carne ficava para os
sacerdotes do templo, outra parte os adoradores levavam para sua casa e outra
parte que sobrava eram vendidos aos açougueiros dos mercados para vender à
população. As carnes sacrificadas eram de melhor qualidade e nos mercados eram
vendidos por preço mais baixo.
Os cristãos
faziam parte da população e vivia em sociedade como hoje. E ao se converterem
ao Senhor mantinham amizades com pessoas pagãs. E isso não era ruim, pois de
outra forma não poderiam ganha-los para Cristo. Mas nesta convivência muitas
vezes eram convidados pelos amigos pagãos a participarem dos banquetes no
templo dos deuses. Muitas vezes os cristãos iam aos mercados comprar carnes para
se alimentarem, outras vezes eram convidados por amigos não cristãos para
banquetes em suas casas. Tudo isso punham os cristãos em situações de cautela.
A) Os dois grupos: vv 1 a 7.
Havia dois grupos nesta igreja, alguns os
chamam de libertinos e legalistas, mas Paulo os diferencia de fortes e fracos.
Paulo trata primeiro dos fortes, elogiando seu conhecimento, mas ao mesmo tempo
faz alerta e tenta manter um equilíbrio entre o conhecimento e o amor.
Os cristãos
fortes sabiam e conheciam que o ídolo nada é, ou seja, não poderiam fazer
efeito algum, pois são símbolos de algo que não existe. E se a carne é
oferecida ao ídolo, que representa algum deus, não foi oferecida a nada, pois o
tal não existe. E dessa forma acreditavam que podia comer da carne sacrificada
a qualquer hora, lugar ou circunstancia. Por outro lado havia os fracos, ou de
consciência fraca, que havia, como os primeiros, abandonado os ídolos pagãos, e
acreditavam que não deviam comer da carne sacrificada, pois desta forma
estariam pecando. E para não correr o risco de comer carne sacrificada haviam
abandonado o hábito de comer carnes.
Diante disso o
apóstolo faz algumas considerações, a saber:
1 – Exorta os
fortes que tinha conhecimento a equilibrar o conhecimento com o amor. Alegando
que o conhecimento traz orgulho, mas o amor edifica. Talvez os crentes mais
fracos não tivessem muito conhecimento sobre o assunto dos ídolos e acabavam se
escandalizando com os mais fortes. Então Paulo chama à atenção aos fortes para
agir com amor.
O conhecimento é
bom, e deve ser buscado e de forma alguma Paulo está inibindo a busca pelo
conhecimento. Contudo conhecimento sem amor é brutalidade e amor sem
conhecimento é hipocrisia. Sendo assim o amor e o conhecimento devem andar
juntos.
1 - Com respeito aos alimentos sacrificados aos ídolos, sabemos que
todos temos conhecimento. O conhecimento traz orgulho, mas o amor edifica.
2 - Quem pensa conhecer alguma coisa, ainda não conhece como deveria.
3 - Mas quem ama a Deus, este é conhecido por Deus.
II – O CUIDADO COM A LIBERDADE.
12 - Quando você peca contra seus irmãos dessa maneira, ferindo a consciência fraca deles, peca contra Cristo.
3 - Mas quem ama a Deus, este é conhecido por Deus.
II – O CUIDADO COM A LIBERDADE.
12 - Quando você peca contra seus irmãos dessa maneira, ferindo a consciência fraca deles, peca contra Cristo.
Os cristãos
fracos estavam habituados aos ídolos e acreditavam que os alimentos a eles
sacrificados eram sacrificados a algum deus e assim a carne ficava contaminada.
Mas os cristãos fortes sabiam que outros deuses não existem por isso não podiam
contaminar a carne.
4 - Portanto, em relação ao alimento sacrificado aos ídolos, sabemos que
o ídolo não significa nada no mundo e que só existe um Deus.
5 - Pois mesmo que haja os chamados deuses, quer no céu, quer na terra,
( como de fato há muitos "deuses" e muitos "senhores" ),
6 - para nós, porém, há um único Deus, o Pai, de quem vêm todas as
coisas e para quem vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, por meio de quem
vieram todas as coisas e por meio de quem vivemos.
7 - Contudo, nem todos têm esse conhecimento. Alguns, ainda habituados
com os ídolos, comem esse alimento como se fosse um sacrifício idólatra; e como
a consciência deles é fraca, esta fica contaminada.
Como podemos ver
os cristãos fortes exerciam sua liberdade em Cristo, mas os cristãos fracos se
privavam dessa liberdade para não correr o risco de pecar. Mas Paulo fala que a
comida não nos torna aceitáveis diante de Deus, de forma que não seremos
melhores ou piores se comermos ou não comermos.
Ainda mais ele
faz advertências acerca do cuidado ao exercermos nossa liberdade, pois ela que
é justa, porém pode fazer com que sejamos uma pedra de tropeço, fazendo pecar
nossos irmãos mais fracos.
8 - A comida, porém, não nos torna aceitáveis diante de Deus; não
seremos piores se não comermos, nem melhores se comermos.
9 - Contudo, tenham cuidado para que o exercício da liberdade de vocês
não se torne uma pedra de tropeço para os fracos.
III – QUANDO NOSSA LIBERDADE OFENDE OS OUTROS?
Paulo agora fala
sobre alguns cuidados que deve ter com os crentes mais fracos. Pois muitas
vezes nossa liberdade pode fazer pecar outra pessoa. Se algum crente mais fraco
vir um crente mais forte exercendo sua liberdade em Cristo pode acabar se
escandalizando. Como vemos no verso a seguir:
10 - Pois, se alguém que tem a consciência fraca vir você que tem este
conhecimento comer num templo de ídolos, não será induzido a comer do que foi
sacrificado a ídolos? 11 - Assim, esse irmão fraco, por quem Cristo morreu, é
destruído por causa do conhecimento que você tem.
Sendo assim os
cristãos mais fortes devem baseado no amor ao próximo, e não buscando os
próprios interesses, deixar de exercer tal liberdade. Não é uma atitude fácil,
mas Paulo, instruído pelo Espírito Santo, nos mostra que o amor é um caminho
mais excelente. E através do amor ao próximo podemos fazer tal sacrifício.
13 - Portanto, se aquilo que eu como leva o meu irmão a pecar, nunca
mais comerei carne, para não fazer meu irmão tropeçar.
IV - ALGUMAS EXORTAÇÕES NO CAPÍTULO 10. 14 – 33.
1 - Fugir da idolatria V.
14
2 - Comparação entre a mesa
do Senhor e aos Demônios v. 15 – 18
3 - Sacrificado aos
demônios v. 19 – 22
V – LIBERDADE DO CRISTÃO
1 – Tudo é permitido, mas
nem tudo convém ou edifica. V 23
2 – buscar o interesse dos
outros e não os próprios. V. 24
3 – Consciência 1 (é um
tribunal de Deus em nossa ser). 25, 26.
4 – Consciência 2 v. 27 –
30.
5 – Para glória de Deus v.
31
6 – Não ser pedra de
tropeço v 32.
7 – Exemplo pessoal de
Paulo v 33 a 11.1.
CONCLUSÃO
Devemos ter sabedoria ao
exercermos nossa liberdade em Cristo. A liberdade conquistada na cruz precisa
ser equilibrada com conhecimento e amor. Ela não deve ser motivo de tropeço
para os mais fracos.
REFERÊNCIAS:
BIBLIA SAGRADA:
Nova Versão Internacional. São Paulo: SBI/SRG, 2000.
CALVINO, João.
1 Coríntios. 2 ed. São Bernardo do Campo: Edições Parakletos, 2003.
LOPES, Hernandes Dias. 1 Coríntios: como resolver conflitos na igreja. São Paulo: Hagnos,
2008.
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro:
CPAD, 2007.
WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Novo Testamento: Volume 1. Santo
André: Geográfica Editora, 2006.
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